Nota sobre o atual governo

08/09/2016

Não é fácil fazer política em um país como o Brasil. Principalmente política que se sustenta na chamada ética de esquerda. São tantos matizes ideológicos que quase nunca se chega a um consenso sobre como encaminhar as lutas cotidianas.

De um lado, isso é bastante positivo, se considerarmos que há crescimento no debate de ideias, por outro lado, pode ser perigoso quando num contexto de crise, as massas sedentas por orientação de suas lideranças fiquem a mercê de comandos frágeis e quase sempre incoerentes com os discursos vanguardistas.
Um exemplo disso foi a tese sagrada vencedora no 61º Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior, Andes, que propôs o já conhecido “Fora Todos” como posicionamento político da entidade. Ou seja, nem PT, nem PSDB, nem PMDB ou nenhum partido identificado por eles como da ordem deveria estar no poder no Brasil atual, e, nesse sentido, negaram a existência do golpe e não reconheceram nenhuma das mudanças sociais conquistadas nos últimos anos.Contraditoriamente, semanas após a decisão política da entidade, eles abriram negociações com o MEC golpista. (??????)

Na mesma linha das incoerências da esquerda autointitulada autêntica, o presidente do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) em seu discurso de abertura do 15º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), no último dia 05 conclamou o Fora Temer, admitiu o golpe e falou da necessidade da entidade se manter autônoma, independente e coerente com os princípios éticos e políticos da profissão, contudo, muitos congressistas tem estranhado a presença da logomarca de órgãos do governo golpista no material de uso do evento (crachás, cadernetas de anotações, fundo de palco, etc.) com destaque para a divulgação do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA), invenção de primeira hora da reforma ministerial usurpadora. O próprio CFESS já havia se manifestado contrário a extinção do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

É provável que a captação de recursos para o evento tenha sido feita antes do golpe e o compromisso em publicizar a marca já estava dado, todavia, tal explicação poderia ser dada aos congressistas ou mesmo uma medida política como a inclusão de uma tarja preta ao lado da logo como forma de reconhecimento do golpismo poderia ser incluída.

A vanguarda da categoria profissional possui capacidade ímpar para construir alternativas criativas para evitar esse tipo de constrangimento. Na internet já constam questionamentos de congressistas.

Nós, que somos a BASE da categoria e por extensão, da classe trabalhadora, ficamos a mercê de lideranças que por vezes mais confundem que orientam. A única certeza por enquanto é FORA TEMER!!!!, é o que nos une.


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